O que Ferrari e Lamborghini me ensinaram sobre negócios e produtos | Edição #18
Como estas 2 lendárias marcas italianas de luxo podem nos ensinar uma lição que se aplica no mundo dos produtos e negócios digitais?
Por mais que você não seja um fã de carros, com certeza você conhece as marcas Ferrari e Lamborghini.
Ambas empresas italianas se destacam como sinônimos de desempenho, luxo e exclusividade. Seus produtos, que são verdadeiras obras de arte sobre rodas, possuem fãs por todo o mundo. Muitos deles, nem são clientes da marca.
Além da rivalidade, qual é a relação destas 2 marcas? O que podemos aprender com essas 2 gigantes? Isso é o que vamos explorar um pouco aqui hoje!
🏆 O surgimento das gigantes
🐴 Os carros do “Cavallino Rampante”
A Ferrari foi fundada em 1939, por Enzo Ferrari, como uma divisão da Alfa Romeo voltada para a construção de carros de corrida. Seu primeiro carro, foi o 125 S, lançado em 1947, após a Segunda Guerra Mundial.
Enzo Ferrari era um apaixonado por corridas e construir a empresa visando se tornar uma referência em automóveis de alta performance, tanto nas pistas quanto nas ruas.
A história do símbolo do cavalinho preto também é bem interessante, dá uma lida neste post se tiver curiosidade.
🐃 Os carros do Touro Feroz
Em 1945, após servir na Segunda Guerra Mundial trabalhando como mecânico, consertando veículos e aviões militares, Ferruccio Lamborghini começou a produzir tratores em 1948, fato que foi apenas o início da sua carreira de sucesso como empresário.
Como um bom fã de mecânica e super carros, em 1963, algo fez com que ele entrasse no mercado de carros esportivos de luxo, lançando seu primeiro carro, o Lamborghini 350 GT, em 1964.
Confesso que a história do touro não é tão legal quanto a do cavalo, mas vale compartilhar o conhecimento aqui.
🔗 Histórias contadas, qual a relação entre as marcas?
O detalhe que não citei acima foi o que foi esse “algo” que fez a Lamboghini surgir.
Ferruccio era um entusiasta de carros de alta performance e possuía vários modelos de carros da Ferrari. Sim, o criador da Lamborghini era cliente da Ferrari!
Como um empresário de sucesso, um cliente fiel e um conhecimento profundo de mecânica, ele estava insatisfeito com a qualidade da embreagem dos seus veículos.
E olha que cliente legal, ele foi pessoalmente levar sugestões de melhoria direto a Enzo Ferrari (fundador da Ferrari).
Depois de aguardar por horas na sala de espera, Enzo desdenhou do cliente e lhe disse algo do tipo “volte para seus tratores e deixe os carros esportivos para profissionais“ (aqui a versão da história varia um pouco, essa definição foi contada pelo herdeiro Tonino Lamborghini no documentário Automotive Histories - Lamborghini).
Mal sabia Ferrari que, essa sua atitude lhe daria um novo concorrente que tiraria bilhões de vendas da pela sua marca pelos próximos 60 anos (ou mais).
Esse encontro fez Lamborghini começar a criar carros esportivos de luxo, para provar que conseguiria fazer automóveis mais potentes, confortáveis e melhores do que as Ferraris.
🧠 E o que podemos aprender com isso?
Se um dos seus clientes tem o trabalho de vir até você sugerir melhorias em seu produto, o que você faz? Acho que depois de conhecer essa história não dar atenção a ele não parece uma boa ideia, não é mesmo?!
Conforme a lenda, Ferrari foi, além de prepotente, ignorante. Ignorante por não acreditar que fragilidades podem ser uma ameaça ao seu negócio, por não entender que por mais difícil que pareça, pode sim aparecer um concorrente a altura.
E se Enzo tivesse ouvido Lamborghini e melhorado a embreagem, ou feito uma parceria com o fabricante de tratores? Quem sabe até ter entrado no mercado de tratores para diversificar a renda?
Então, a principal lição aqui é: ouça seus clientes e esteja atento ao mercado, ignorar esses pontos pode te custar bilhões - ou causar sua falência.
Uma ferramenta que gosto muito para nos forçar a exercitar essas visões é 5 Forças de Porter, este modelo nos ajuda a analisar o ambiente competitivo de uma empresa/negócio ao avaliar:
Rivalidade entre os concorrentes existentes;
Poder de negociação dos fornecedores;
Poder de negociação dos clientes;
Ameaça de novos entrantes;
Ameaça de produtos ou serviços substitutos;
Mas é claro, se um maluco te procurar dizendo que sabe como melhorar o seu produto, apenas ouça-o!
🎥 Conteúdos sobre o tema
⌛ Mais rápido que update do Windows
Textos que eu acho legal de compartilhar, mas não chegam a ser reflexões tão profundas - às vezes nem reflexões.
Chegar no "MVP da vergonha" é mais difícil do que parece!
Você já deve ter ouvido a máxima que "se você não tem vergonha do seu MVP, ele foi lançado tarde demais". Interessante e legal de repetir, mas e na prática?
Será que você e seu time realmente tem coragem de lançar um produto:
com uma experiência média?
com uma performance duvidosa?
que tem uma comunicação e textos não otimizados, sem um padrão de tom de voz?com bugs? (Aquele bug que aparece em 1% dos casos talvez não precise ser resolvido agora).
faltando alguma feature "óbvia", mas que é não essencial?
E tem mais: se vc tiver coragem de assumir esses riscos, você consegue ganhar essa briga com seus stakeholders?
Aqui na Vertru eu trouxe minha bagagem de "MVPs da vergonha" como um dos princípios para a criação novos produtos. Quando o produto é interno fica mais fácil aqui, afinal, meu sócio
Quando a construção é para um dos nossos clientes, o desafio é muito parecido com o de um responsável por produto nas empresas - é preciso estar bem embasado para explicar o motivo de cada decisão.
Agora, como definir qual é esse escopo? Essa é a pergunta mais difícil de responder, boa sorte!
Se quiser alguma ajuda, me manda uma DM! 📩
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