🚨 Verdades inconvenientes que descobri empreendendo em tech | Edição 24
Neste início de 2025, começo contando um pouco das "verdades inconvenientes" desse mundo de negócios digitais que ninguém te conta, mas que eu aprendi na prática.
Assim como em todas as edições, tento trazer um pouco da realidade nua e crua por aqui, a partir da minha visão de mundo.
Então, os aprendizados que vou trazer aqui não são regras de ouro, bala de prata, nem verdades absolutas. São apenas a minha leitura das experiências que vivi, ok?
Boa leitura!
🌐 1. Distribuição e contatos > serviço e produto
Já falei sobre isso por aqui, mas isso é tão forte que preciso falar de novo.
Você não precisa ter o melhor produto, o melhor serviço, tecnologia, profissionais, nada disso. Inovar? Nem tenta, faz um bom storytelling e tá ótimo.
Se você tiver um bom canal de distribuição ou bons contatos, algo nota 5/10 provavelmente será o suficiente.
Um bom canal de distribuição é: audiência nas redes, uma base de leads, clientes de outro produto/serviço que vc possa fazer cross-sell, etc.
Bons contatos é: o famoso QI (quem indica). Aquela pessoa "C level, head of, gerente de.." que você conhece. As pessoas/empresas preferem contratar algo por indicação do que por uma "busca fria" no Google, ou após o clique em algum Ads.
Dói, né?! Eu sei...
Meu aprendizado:
Se for começar algo, não comece pelo produto/serviço.
Comece entendendo quem é o público e como vc chega nele (distribuição), aí sim, depois disso entenda problemas/dores e possíveis soluções.
✨ 2. Hype vende mais do que soluções simples
Eu fui muito resistente a isso, mas aprendi a aceitar.
Vamos lá, qual das soluções abaixo te atrai mais como comprador?
A) Gaste 50% menos tempo ao gerenciar leads e enviar propostas usando nosso CRM especializado em (sua_vertical_aqui);
B) Use nossa IA para impulsionar seu negócio de (sua_vertical_aqui).
Eu sempre apoiei que a alternativa A seria melhor, pois resolve uma dor específica. A solução B é genérica - o que é impulsionar? Pff..
Mas na prática, a solução B é a que chama mais atenção, aquela que usa o "hype" do momento. É a melhor para vender, ponto.
Claro que isso varia um pouco conforme o público alvo, mas em geral é uma verdade, principalmente para o B2B.
Todo mundo quer falar que usa a tecnologia mais recente e acaba colocando isso acima do problema em si. Parece errado, né?!
Mas bom, essas são as pessoas que pagam a conta, se você quer ganhar dinheiro, tem que jogar o jogo.
Meu aprendizado:
Não se esqueça do que é realmente importante, mas aprenda a falar o que o cliente quer ouvir (mantendo a ética, pls).
Por que essas pirâmides e cursos que prometem riqueza de forma rápida e fácil ganham tanto dinheiro? Porque falam o que o cliente quer ouvir.
👀 3. Todo mundo acha que sabe o que precisa, mas geralmente não sabe de verdade
Isso já é muito falado no mundo dos produteiros, e eu confirmei isso na prática. Obviamente não é por mal, mas é verdade.
Ego, orgulho, insegurança e medo de errar faz com que as pessoas acreditem cegamente nelas mesmas, sem dar ao luxo de se questionar de verdade.
É aquela lenda do "eu já sei o que eu preciso, eu preciso de cavalos mais rápidos", e aí foi criado o automóvel, sabe? Isso acontece, é real.
As pessoas preferem pagar pela certeza invalidada delas do que pela busca honesta por resultados reais.
Isso ocorre sempre, mas principalmente quando o investimento é com o dinheiro/ tempo dos outros (da empresa).
Afinal, se der errado é culpa de quem eu contratei, do mercado, do timing, do "momento do Brasil", que seja...
Pouquíssimas pessoas realmente possuem Honestidade Intelectual, aquela coisa de ser completamente sincero com vc mesmo, permitir se questionar, errar, não saber algumas coisas, priorizar o aprendizado e resultado acima das suas opiniões.
Meu aprendizado:
Entenda seu público e use uma das posturas abaixo:
Venda o que foi pedido sem questionar, mas saiba que na maioria das vezes, você não criou nada de valor para a empresa, só vendeu horas.
Venda o que foi pedido, com ressalvas. Utilize cada oportunidade para gerar reflexão e discussão visando reflexões e melhorias.
Não venda.
Ah, isso também vale para gestores que estão dentro de empresas, criando novos produtos e funcionalidades.
💬 4. De discurso bonito o mundo tá cheio, mas de resultado tá escasso
Muita gente sabe falar, pouca gente sabe fazer. Isso vale para fornecedores e também para clientes.
O cliente se coloca como "super mega ultra": fatura muito, tem alto entendimento sobre o que precisa, conhece muito os clientes, e normalmente o projeto dele vai ser game-changer.
Na prática: caos, desespero e correria.
O cliente não tá faturando tanto assim, não tem aquele budget disponível, não tem tanto cliente, não tem clareza do que é a demanda...
Pra fornecedor, olha... É difícil achar gente boa e compromissada! Se vc tem um time "ponta firme", segura aí!!
E cuidado com parcerias! Grandes chances de vc trabalhar muito, não ganhar nada e ainda sair com a culpa.
Meu aprendizado:
Desconfie de discursos bonitos demais, teste rápido essa pessoa/fornecedor/cliente.
Busque e valorize quem gera valor, não quem faz discursos infinitos sem resultado.
⌛ Mais rápido que update do Windows
Textos que eu acho legal de compartilhar, mas não chegam a ser reflexões tão profundas - às vezes nem reflexões.
Resolver problemas do usuário NÃO é igual a criar produtos de sucesso.
Pode ser difícil entender isso, mas vai fazer sentido. Olha só:
Resolver o problema do usuário é sem dúvida um ponto importantíssimos a ser feito, mas só isso não sustenta um produto, muito menos uma empresa.
Você precisa resolver O PROBLEMA, aquele tão grande, chato e/ou inconveniente, que vai fazer seu usuário pagar pra continuar usando sua solução. E isso tudo de uma forma incrível, eficiente, escalável e com margem de lucro.
Outra coisa importante: mercado! Qual é o tamanho do mercado (oi TAM/SAM/SOM) e como vc entrará nele (distribuição)?
Dificilmente resolver o problema de poucas pessoas vai gerar dinheiro o suficiente, e pra atingir muita gente não é tão fácil assim.
E bom, como vcs sabem, tem muito mais coisa pra gente colocar nessa equação.
Mas a mensagem que eu quero passar aqui é que: resolver o problema do usuário é legal, mas isso por si só não necessariamente fecha a conta.
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